domingo, 21 de dezembro de 2014

A todos um grande Natal

( Pintura em tecido - Helena Isabel)



A todos um grande Natal,
Grande no coração de cada um.
Enorme em sentimentos,
Em gestos, colossal.
A todos um simples Natal.
Simples nas palavras
Rico nos olhares
Abastado nas atitudes.
A todos um memorável Natal
Memorável em reunião
Que seja tempo de sonhos
De reflexão
Que estes permaneçam impressos
Na reminiscência da união.


Helena Isabel

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Adivinha-me


Lê-me com o sorriso do olhar
Afaga-me com os raios de sol,
Envolve-me no regaço da lua.
Adivinha-me…
Ao caminhar nas folhas outonais
No manto marítimo do teu ser.
Ao beber no cálice das rosas
Quero ser o teu amanhecer.

Helena Isabel

sábado, 1 de novembro de 2014

O tempo cura tudo?



O tempo cura tudo? Mentira, não cura nada.
Sinto a tua falta.
 Nas alturas em que me sinto mais fraca.
Olho-te nas noites mais estreladas,
Lá estás tu… a mais brilhante!
Tão linda… a mais bela estrela
 Há quase vinte anos brilha
Sei que lá estás a dar força, para seguir em frente.
Sinto a tua falta.
 Nas alturas em que sinto mais alegria.
Queria partilhar contigo,
 Cara a cara, palavra a palavra…
As sensações, as causas de tanto contentamento,
 Júbilo de fantasia
É mentira, o tempo não cura nada! Apazigua, adormece!
A vida revolta-nos, ceifa-nos…
Falece-nos de pessoas boas.
Em troca, presenteia-nos com momentos de saudade,
Ao fim de quase vinte anos,
Contemplo-te das janelas…das varandas
No céu, bem lá no alto, a mais brilhante estrelinha, que sorri
Que por mim olha todas as noites…
Acena e baixinho diz:

-Dorme tranquila e feliz



 In " Mar que me escreve" de Helena Isabel


terça-feira, 21 de outubro de 2014

Existes em mim



Existes em mim

(amor presente)

Deixo minha alma voar entre as letras

Meu oxigénio literário, meu ego melódico

Mancho o papel com expressões de ternura

Molho-o com tintas de paixão

Escrevo porque me alivia a dor de te querer

Existes em mim

(amor eloquente)

És Passado sonhado…presente ausente

Futuro presenteado de esperança permanente

Em ti… contemplo-me nas amargas horas do dia

Contigo…descubro-me na embriaguez nocturna

Para ti … viajo fugazmente na doce fantasia

Existes em mim

(amor prudente)

Gravo na memória momentos vividos

Encontros sonhados… reflexos apaixonados

Lembro-me do toque suave das tuas mãos… em mim

Guardo a doce melodia da tua voz… comigo

Recordo o desnudar do teu coração… para mim


In: "Ler-te" de Helena Isabel

domingo, 21 de setembro de 2014

Aprender

Aprender a ter paciência?
Custa...
Ver a vida estagnada
Nada fluir
Nada se fazer
Impune, não consigo assistir.
Preciso de ritmo
Necessito do vento
Da ondulação do mar
De sentir o respirar da rotina.
Será aprender a ter paciência?
Ou será sede de viver?
 
 
 
Helena Isabel

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Je serai...

( tela pintada por Helena Isabel - óleo)



Je serai toujours
ton âme.
Je serai toujours
ton soleil,
ta lune.
Je te trouverai
sous les étoiles,
celles qui se cachent.
La mer qui m'écrit
Se sont les larmes
de ton amour.
Se sont des sentiments d'une vie passée.
Des éclats de lumiéres, tes yeux.
Je serai ton amour de toujours.



Helena Isabel

domingo, 7 de setembro de 2014

Mar


quinta-feira, 10 de julho de 2014

Estádio


Urgência em viver
Frequência de um estádio
Fatiga-me o querer vindoiro.
Astenia constante em cumprir o destino.
Absorvo a água escrita
Que delimita as linhas do teu corpo.
Liquido supremo
A vida
Néctar angelical
Nós dois, fruto de um ciclo vital.


Helena Isabel

segunda-feira, 7 de julho de 2014

O tempo


O tempo padece de paciência,

O tempo, aquele que não tem tempo.

O que se encontra distante de nós,

Aquele que está entre o passado e o futuro,

O que acompanha a luz, o crepúsculo.

O tempo dos Céus, das estrelas

do Universo.

O tempo de amarmos

O que começamos no passado,

De modificarmos o presente,

E aplaudirmos o futuro.

Amar incondicionalmente

Acreditar que é possível.

O tempo... Docente de si próprio.
 
 
Helena Isabel
07/07/2014

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Despedida

 
Hoje, o tempo perdeu, o seu tempo
Imagem calma, diria que sorridente partiu.
Prestou-se homenagem enquanto os demais choravam.
É assim, o ritual da despedida.
A amizade perdura, essa não acaba
A admiração continua nas memórias impressas.
A saudade virá, com ela uma nova dor.
Mas a dor de o ver sofrer, de nada poder fazer
Essa dor desvaneceu-se, saiu…
Por cá, o tempo ganhará um novo tempo
Diferente.
 
Helena Isabel

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Amizades

Só para amizades verdadeiras...
Pois as outras são diplomatas!
As verdadeiras escolhemo-las
respeitamo-las.
São família!
A família do coração!
Essa sim encaixa na perfeição.
Existe a família de sangue... ...
não menos importante.
Mas a família do coração,
Não tem julgamentos
Nem é amor de verão.
É amor puro de emoção.

domingo, 23 de março de 2014

Circo da vida

 
 
Luz tremula que tende a apagar-se.
 Visto-me de inverno.
 Aos poucos despeço-me da criança que em mim habita.
 Dou descanso a alegria
 Assino o manifesto da apatia.
 Sigo o rumo
 Sigo o caminho de mãos dadas
Com a penumbra da noite.
 Sorrio, chorando...
 Oiço os murmúrios do mar
 Oiço as vagas revoltas
 Sossegada...
 No meu canto,
 Assisto ao circo da vida.
 
 
Helena Isabel


segunda-feira, 3 de março de 2014

Volátil

 
 
 
 
A vida habitua-se
À rotina da paisagem,
Que os olhos vêem diariamente
Dou por mim a dizer que sou daqui.
Os anos insistiram
Moldaram-me o coração.
Conheço os cantos à terra
Domino os atalhos dos caminhos.
Os rostos tornaram-se familiares
Partilhamos o mesmo ar, sinto-me bem.
Existe um rio
Mas não é o meu rio
 Não são os rostos da minha infância.
Nem a pronúncia das minhas gentes.
Sei que não tenho, aqui, raízes.
Sei que sou, nesta terra, volátil
 
Helena Isabel

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Vestidos de Açúcar

 
 
Descansei contigo nos meus sonhos
Como é doce em ti pensar
Vestidos de açúcar a degustar.
Ama-me, mas ama-me arduamente
Como se não houvesse amanhã
Até o tempo findar.
Sendo páginas do livro,
Que lês sem respirar.
Beija-me, mas beija-me perdidamente
Como se não houvesse carvão
Para o retrato terminar.
Conceber na salvação
O meloso contemplar.
Olha-me, mas olha-me delicadamente
Como se não houvesse mar
Reflexo ardente
Nos olhos a espelhar.
 
 
Helena Isabel
 


sábado, 4 de janeiro de 2014

Inverno

( Saint Malo - Bretagne)

 

Uma tristeza assola a praia.

Não se sabe bem de onde vem.

Ou melhor, a areia sabe.

Luta contra a maré.

Equilíbrio na crista da onda.

E teima em seguir, olhando para trás.

Espia o passado

Com o presente nas mãos.

O futuro incerto, mas certo.

De que na praia também há inverno.
 
HelenaIsabel