quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Doente

(Foto minha)


Sinto-me doente

Estou mal, fraca

Estou… morrente!

Com esta educação decadente

Reuniões, reuniões

Projectos, projectos

Afinal, os alunos

Não deveriam ser o principal?

E tempo? Tempo para eles?

Na sala de aula, em que contexto leccionamos?

Quando temos tanto… que fazer!

Actas, matrizes

Os meninos, a alegria… de ter um dia

Sem projectos, papéis

Que ficam guardados na gaveta

E a inspecção é que inventa!

Tempo para corrigir?!

Família… segundo ou terceiro plano

Mas isso… ninguém se lembra!

Como estou doente… morrente

Da profissão que mais amo.


       Helena Isabel

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O tempo cura tudo?



O tempo cura tudo? Mentira, não cura nada.

Sinto a tua falta.

Nas alturas em que me sinto mais fraca.

Olho-te nas noites mais estreladas,

Lá estás tu… a mais brilhante!

Tão linda… a mais bela estrela

Há quase vinte anos brilha

Sei que lá estás a dar força, para seguir em frente.

Sinto a tua falta.

Nas alturas em que sinto mais alegria.

Queria partilhar contigo,

Cara a cara, palavra a palavra…

As sensações, as causas de tanto contentamento,

Júbilo de fantasia

É mentira, o tempo não cura nada! Apazigua, adormece!

A vida revolta-nos, ceifa-nos…

Falece-nos de pessoas boas.

Em troca, presenteia-nos com momentos de saudade,

Ao fim de quase vinte anos,

Contemplo-te das janelas…das varandas

No céu, bem lá no alto, a mais brilhante estrelinha, que sorri

Que por mim olha todas as noites…

Acena e baixinho diz:

-Dorme tranquila e feliz

Sei-te de dia também a proteger-me,

Faça chuva ou sol, do céu olhas-me.

 
                                                                                                           Helena Isabel

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sentenças lançadas



As palavras vieram ter comigo

Sussurraram-me doces histórias de outrora,

Noites em caravanas que percorremos

Mil desertos… foram oásis, incertos.

Escuridões mágicas alumiadas pela lua,

Tanto tempo…que passou.

Tentámos percorrer …cada um … sua senda

Mas no final… à caravana fomos ter,

Temos um amor para viver.

O voo do Condor, o voo da gaivota

As almas encontraram-se!

Vem comigo… viajar…atravessar mares

Vamos caminhar, plantar e semear flores

Vamos por aí de mãos dadas,

Vamos por aí… mergulhar nos planetas,

Recheá-los de pequenos nadas.

Risos e abraços, amizades…

Felicidades crescentes, cometas sorridentes.

Na caravana, as sentenças estão lançadas!



                                                                      Helena Isabel

domingo, 17 de outubro de 2010

Musa


( Foto Net)


Vem…

Vem fazer de mim tua musa.

Vem e abraça-me

Envolve-me em teus braços.

Inclina a cabeça

Aproxima a tua boca da minha

Beija-me e esquece-te do tempo.

Em ti…

Sou flor que brota em solo estéril.

Desliza as tuas mãos…pelos meus ombros.

Pára! Pára aqui e aproveita o momento.

Tira fruto delas

Sente o odor da pele. Beija-me.

Escuta

Ouve a nossa respiração…ofegante.

Saboreia o momento…

Percorre com as tuas mãos

Meu corpo aprisionado em ti.

Desejas-me

Pedinte de prazer, jogas carícias

Recebo-te em meu abrigo.

Sinto-me amanhecer

Olhamo-nos fixamente e…beijamo-nos.

Sussurro aos teus ouvidos

O quanto estou a gostar.

Entre vaivéns pronuncias palavras

Tento entender…mas não consigo.

Tarde demais…perco a consciência

Solto-me das amarras da Terra e elevo-me.

Olho para ti…e vejo-te engrandecer.

Sinto a brisa da tua respiração.

Ondulas mais rápido

Beijas, mordiscas, lambes-me.

Não tenho noção, perdi o tempo e digo-te baixinho

- Sou tua.

Por entre lençóis, corpos e desejo

Fomos um só.

Em momentos de perdura

Momentos em que fui tua.


IN: "Ler-te" de Helena Isabel

domingo, 3 de outubro de 2010

Saber amar



Foto de Helena Isabel - Julho 2010 - Almograve


Sabes que… para mim a tua voz

Soa a calmaria de uma tarde de verão

Em que sentada na margem contemplo a foz

Oiço o leve murmurar do curso das águas

Vejo reflectida a tua imagem no leito do rio

E digo baixinho sorrindo…saber amar…

Sabes que… saber amar…é talvez

Dizer e responder… ouvir e comentar

Dar e receber…lutar e vencer

Em ti vagueio memórias…imagino histórias

Fantasio episódios…sonho personagens

Papel principal em que te peço

Deixa-me passar as mãos pela tua pele

Macia…toque de pêssego

Deixa-me beijar tua boca e voltar

A sentir teus lábios…fonte que me mata a sede

Deixa-me sentir novamente envolta

Em teus braços...crepite de lenha ardente

Hum…sentir teu corpo penetrar-me

Vaivém que se apodera

Em cada compasso de espera…um gemido soltar

Um olhar fixar…um sorriso dar

Saber amar…recordar e desejar

Lutar para o pleno alcançar
 
 
In: "Ler-te" de Helena Isabel

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Beyond the sea

sábado, 25 de setembro de 2010

Aqui nasci



E aqui nasci
Vim não sei bem de onde
Mas sei que atravessei mares
Em afluentes permaneci
Gota de água… de mar
Envolvi-me na bruma
Soltei-me numa noite de luar
E aos oceanos vim parar
Ciclo de água permanente
Que não pára… sempre corrente!
                                                                      Helena Isabel

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Sou água, sou mar

( Foto de Helena Isabel - Foz dos Ouriços - Julho de 2010)


Gosto do silêncio da noite... do luar
De contemplar as estrelas

De lhes sorrir e acenar,

De nos meus sonhos com elas brincar.

Gosto do sussurro do mar

Do odor da maresia ao acordar!

Sem oxigénio quotidiano,

Sou peixe de oceano profundo.

O sossego é o meu mundo

Sou dos sentimentos sentidos

Sou da amizade, do amor e da paz,

Das emoções de corações unidos.

A poesia minha evasão,

Mutismo…minha selecção.

Minha floresta, minha aventura

Minha ambição que perdura!

Sou tinta que decora o papel

Perfume que envolve a pele

Sou água, sou mar, natureza, terra e ar



                                                                                                                  Helena Isabel

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Meus cabelos brancos

( Foto retirada da net)




Meus cabelos brancos, minha ansiedade

São lágrimas de saudade

Ditam vaidades, contam histórias

São meras verdades.

Fios de prata… longos… ondulantes.

Não os tinjo, escovo-os com carinho.

Filhos da liberdade, esvoaçantes!

Meus cabelos brancos, meu ninho

Fantasiam com Vénus… quimeras lunares.

Saboreiam o deambular das nascentes

Afluentes de rios trigueiros

Almejam os mares.

Confluentes na maresia da foz

Meus cabelos brancos, minha voz.

Correntes em saltimbancos,

Como a imensidão

Calmos, macios, tranquilos

Intempestivos, rebeldes, ondulados

Apanhado nas aragens de Verão!


                                                               Helena Isabel



quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O Sonho




O sonho comanda a vida

Como um barco à deriva

Numa redoma colorida

Em que a fantasia é alegria

Pura na transparência infinita!

O sonho comanda a minha

Sob mares e oceanos

Ilhas e continentes

Estrelas e planetas

Galáxias suspirantes

A vida comandada pelo sonho

Respirado de te querer enamorado!

 
                                                                                                        Helena Isabel

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Sou nascente



Sou nascente

Corrente

Constante

Sorridente

Sempre permanente

Das águas diurnas

Das marés nocturnas

Da natureza do amor!

Sou flor em que pousa a abelha

Sou mel… fruto do afecto

Sou poesia, sou escrita

Sou fantasia

Sou alegria

Neste dia!

                                                                                               Helena Isabel

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

domingo, 4 de julho de 2010

O outro lado

( Foto de Helena Isabel - Peniche 30/06/2010)



És tu, sim

O outro lado de mim.

Vento sereno do meu temporal.

Água doce do meu mar.

Amor mágico que o mar inventou!

Calaram-se as sereias,

E tudo parou.

Encontraram-se as almas…

Saíram das águas

No bosque encontraram as horas calmas.

As guitarras soaram

O fado ocultou-se.

Ouviu-se da lua a melodia,

À beira mar o luar enfeitiçava

Os beijos das ondas na areia.

Na minha viola eu tocava

Sou eu, sim

O outro lado de ti…assim!


                                                    Helena Isabel








segunda-feira, 21 de junho de 2010

Nao sei se é

( imagem da Net)


Não sei se é do tempero da idade,

Se é da imaturidade,

São sentimentos que não se vão

Nasceram aqui… permanecem dia após dia

Enriquecem… alegram… brotam na pele.

Não sei se é da época,

Se das colheitas,

São frutos doces… estes mimos que me dás

Compotas melosas de amor e deleite.

Não sei se é da Estação do Ano,

Não sei se é do Calor do Estio,

Mas sei que é um ardor, um fulgor

Aqui no coração,

Estes sentimentos que não se vão!

Sentimento audaz

Que me deixa paz

E assim sou… capaz de viver em melodia

Comigo e os ensinamentos da sensibilidade

Contigo e o condimento da felicidade.


                                                                                                                              Helena Isabel

domingo, 6 de junho de 2010

No outro lado

( imagem retirada da net)




No outro lado existe

Um rio que flui,

Que corre para a junção.

Nele? Afluentes que desaguam

Em ti, em mim!

Caminhas pacientemente para a foz,

Espero-te impaciente… lá.

Convergem as tuas águas

Urgentes, sôfregas… mas tranquilas.

Desejam unir-se…fundir-se… às minhas.

Ofereces-te ao mar, encontras-te.

As águas reúnem-se, bem se querem.

A salgada, a doce

Mar imenso... adocicado!

Ora brando, ora intempestivo

Ora farto, ora escasso.

Pescam-se douradas,

Dão-se banhos nas águas salgadas!


                                                                                                                 Helena Isabel




quarta-feira, 26 de maio de 2010

Selo Read 'til you drop



Recebi este selo também do Blog http://angelonthedark.blogspot.com/ ,  muito obrigada.

Esse selo tem algumas regras diferentes e divertidas. Vamos a elas:

A- Postar o selo no blog;
B- Deixar um comentário no post com o link do seu blog;
C- Escrever 3 curiosidades que a maioria das pessoas não sabem acerca de si próprio(a) .
Mas não é tão simples assim!
 São 3 curiosidades na seguinte ordem:



1- Uma curiosidade que o(a) leitor(a) vai pensar: Humm, interessante!


Sou esquerdina... identifico-me como o mar... ora calma ora intempestiva! Doce ou salgada.



2- Uma curiosidade que o(a) seu leitor(a) vai pensar: Uau, nunca iria saber isto!

Comecei a escrever há muito pouco tempo numa brincadeira, assim surgiu o meu gosto pela escrita.
Apesar de trabalhar na área das línguas, nomeadamente Português e Francês.



3- Uma curiosidade que o(a)  leitor(a) vai arregalar os olhos e dizer: O quê? (e vai ficar de boca aberta!)

Estudei em França ( Erasmus) em 1995/96 em Rennes, loucura total... foram os melhores 4 meses da minha vida! Ainda hoje mantenho amizade com pessoas de lá. Sinto-me em muitos momentos bretã...


Agora passo " a batata quente" aos seguintes blogues:










domingo, 23 de maio de 2010

Aninhada em ti

( Foto retirada da net)



Anda cá…

Apaga a luz e senta-te aqui

Dá-me a mão…

Quero entrelaçar meus dedos nos teus

Sentir tua pele perfumada de desejo.

Solto uma respiração morna em teu pescoço

Encosto levemente a minha boca à tua pele

Fecho os olhos e deixo-me levar pela corrente.

Nossas roupas abandonam-nos

Juntas…caem no chão,

Assistem ao filme do nosso desejo.

As tuas mãos, essas…percorrem meu corpo

Hum….são de cetim….macias.

Eu redescubro teu corpo

Todas as vezes parecem a primeira

Fico sempre com o arrepio frio no estômago

Fico sempre insegura…e se não te agrado?

Num rasgo de lucidez envenenada de prazer

Dou conta da tua voz…proferes palavras meigas

Remanesço extasiada…

Sinto-me engrandecer…sou tua…estou à tua mercê

Só quero estar nos teus braços

Só quero que o tempo pare!

Sou tão feliz aninhada em ti.
 
 
 
In: "Ler-te" de Helena Isabel

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Palabras



“Palabras” que sussurro de noite

Enquanto te busco por entre lençóis

Não estás…

Mas sinto-te ali

Sabes…lençóis que contam histórias

São contos de amor

Páginas de desejo

Canções de vida…por vezes esquecida.

São saudades sentidas do desconhecido

São vontades de uma paixão

Percursos nunca caminhados

Segredos recatados

Sei de cor o teu corpo

O cheiro indefinido da tua pele

Adivinho o que sentes

Mesmo quando me mentes

Sei-te de cor…

Conheço todas as “palabras”

Que de noite são proferidas

No encontro de ambos…em nossos sonhos

São lençóis que alimentam suores

Que cantam lágrimas

Que sentem sorrisos

Sabes…és fonte de água cristalina

Mato a minha sede na tua voz

São meras “palabras”




Nota: Palabras – Vocábulo em Espanhol que significa “ palavras”.

In:” Ler-te” de Helena Isabel


quarta-feira, 12 de maio de 2010

És Catedral

( Foto retirada da net)




Não me encontro em nenhum lugar

Não sei onde pertenço

Se ao teu regaço

Se às ondas do teu mar.

Nas marés…intempestivas do teu ser

Eu nado, balanço, danço…tango

Nas águas… serenas da tua alma

Eu beijo, vejo, desejo… almejo

És Catedral divina de prazer

Teu corpo, para mim, minha oração

Altar sublime… satisfação

Coração em vela acesa

É lá que quero constar

É lá que me quero gravar

Lá…desejo perdurar!


                                   Helena Isabel


Linda

sábado, 8 de maio de 2010

Madrugadas

(Foto de uma tela a óleo de Helena Isabel)

Estimo as madrugadas

Aprecio o sussurro do seu silêncio.

Poderosos sentimentos que ousam

Mostrar-se pela calada da noite.

Imperam intempestivamente desejos!

Fechos os olhos e deixo-me levar…

Ao sabor da balada da chuva

Ao som da onda que beija a areia

Escuridão com rasgo de luar…

São horas de dar vida aos sonhos

Caracóis eróticos,

Mechas de cabelos que te percorrem

Sedutoras… pelo teu corpo.

Beijos dados… por inteiro

Durmo tranquila, serena…

Esperando que amanheça

Que a aurora de um novo dia aconteça!


                                                      Helena Isabel

terça-feira, 4 de maio de 2010

Freio de mão





Exacerbei-me por um travão

Freio de mão

Sempre travado, nunca desnudado.

Palavras doces? Poucas…causam diabetes

Mas enlouquecem qualquer mulher.

A cada curva, provável despiste

Numa recta, momento de distracção

Vou aproveitar…

Aceleração banal, o condutor apercebe-se

A muito custo, contendo perícia

Lá vai soltando o ar

Que entrara nos tubos

Deixa-se levar a soluços

Entusiasmo total? Terá que ficar

Para um outro Carnaval

Quem sabe afinal… de mecânica individual.

                                                                                                                       Helena Isabel

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Prémio Blog de Ouro


Recebi este selo do blogue amigo : http://ealeixo.blogspot.com/

Agradeço -te muito !

As regras:
 1.
Por que acha que mereceu este prémio?

Mereci este prémio porque tenho uma escrita simples, escrevo com a emoção, com gosto!
Escrevo com a tranquilidade que a minha alma me dá.

2.
O Blogue que o indicou merecia o Prémio Blog de Ouro?

Sim, claro! Um blogue em que se encontra uma poesia livre
Um registo de poesia que admiro, que gosto de ler, de reflectir!
Poesia que transmite serenidade...

3.
Indicar o selo para 10 blogs












Parabéns







terça-feira, 27 de abril de 2010

Coração

( foto de uma tela a óleo de Helena Isabel)



Habitas nele

Lá… naquele recanto

És ar que o purifica!

És a onda que o agita.

És a batida que o permanece ligado à vida.

És o meu encanto.

Árvore do meu campo.

Tulipa do meu jardim.

Seiva das minhas veias.

Sinto-te percorrer…dentro de mim!

                                                              Helena Isabel

domingo, 25 de abril de 2010

Musa




( foto de uma tela a óleo de Helena Isabel)



Vem…

Vem fazer de mim tua musa.

Vem e abraça-me

Envolve-me em teus braços.

Inclina a cabeça

Aproxima a tua boca da minha

Beija-me e esquece-te do tempo.

Em ti…

Sou flor que brota em solo estéril.

Desliza as tuas mãos…pelos meus ombros.

Pára! Pára aqui e aproveita o momento.

Tira fruto delas

Sente o odor da pele. Beija-me.

Escuta

Ouve a nossa respiração…ofegante.

Saboreia o momento…

Percorre com as tuas mãos

Meu corpo aprisionado em ti.

Desejas-me

Pedinte de prazer, jogas carícias

Recebo-te em meu abrigo.

Sinto-me amanhecer

Olhamo-nos fixamente e…beijamo-nos.

Sussurro aos teus ouvidos

O quanto estou a gostar.

Entre vaivéns pronuncias palavras

Tento entender…mas não consigo.

Tarde demais…perco a consciência

Solto-me das amarras da Terra e elevo-me.

Olho para ti…e vejo-te engrandecer.

Sinto a brisa da tua respiração.

Ondulas mais rápido

Beijas, mordiscas, lambes-me.

Não tenho noção, perdi o tempo e digo-te baixinho

- Sou tua.

Por entre lençóis, corpos e desejo

Fomos um só.

Em momentos de perdura

Momentos em que fui tua.
 
 
In: " Ler-te" de Helena Isabel