segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Terra de sonhos

Não identifico a estrada pela qual conduzo

Desconheço trajectos outrora delineados

Deixei de ver… o horizonte por mim pintado

O céu que sonhei…já não tem a mesma cor

O mar que olho…já não canta a mesma melodia.

As casas não estão dispostas nos mesmos lugares

Deixei de conhecer as minhas telas

As estações do ano enfraqueceram

São marca de tinta de uns quadros banais

As cores perderam o brilho…secaram

Não há óleo que as devolva à tela

Não há pincel que as transporte.

Deixei de distinguir as cores que decoram paisagens.

Aprendi a conhecer outros caminhos

Um pouco sinuosos…talvez em forma de labirinto

Mas gosto de lá conduzir…de traçar novos itinerários.

Dei outra cor…ao céu que vejo lá ao fundo do oceano

O mar…a mim… canta-me novos ritmos

As casas estão arquitectadas aos montinhos

Como se de uma cidade de sonhos se tratasse.

As estações do ano mostram paletas de belas cores

Aos pintores que por lá passam.

É lá que estás…é lá que vives…

Na terra dos sonhos descubro-te …

No mar de novos ritmos flutuo em tua direcção.

À noite… abraçada a ti…em frente das vidraças

Assistimos à história de embalar da mãe lua.

É junto a ti… que anseio alimentar meus sonhos.

É aí que quero pintar meu futuro

É aí que quero dar cor às minhas telas.
 
 
In: " Ler-te" de Helena Isabel